Durante o período pós-operatório, é comum o uso de medicamentos para aliviar a dor e controlar a inflamação. Entre eles, os anti-inflamatórios são amplamente prescritos. No entanto, seu uso deve ser feito com cautela, sempre sob orientação médica, pois há situações em que esses medicamentos podem interferir negativamente na recuperação.
Antes de tudo, é importante entender que a inflamação é uma etapa natural e necessária do processo de cicatrização. É por meio dela que o organismo combate possíveis agentes infecciosos e inicia a regeneração dos tecidos. Por isso, o controle da inflamação deve ser equilibrado — aliviar o desconforto sem bloquear totalmente essa resposta natural do corpo.
Em cirurgias estéticas e funcionais, os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como ibuprofeno ou nimesulida, podem ser indicados para:
Reduzir dor e inchaço;
Melhorar o conforto do paciente nas primeiras 48 a 72 horas;
Controlar reações inflamatórias intensas que possam comprometer a cicatrização.
Contudo, a prescrição deve levar em conta o tipo de cirurgia, o histórico de saúde do paciente e possíveis interações com outros medicamentos.
1. Sempre com Orientação Médica
Jamais se automedique. O uso inadequado pode mascarar sinais importantes de complicações ou gerar efeitos colaterais graves, como sangramentos gastrointestinais ou insuficiência renal.
2. Atenção ao Tipo de Cirurgia
Em alguns tipos de cirurgias, especialmente as que envolvem enxertos, colocação de próteses ou cortes profundos, os anti-inflamatórios podem atrapalhar o processo de regeneração e devem ser evitados.
3. Evite Uso Prolongado
O uso contínuo de anti-inflamatórios por mais de 5 a 7 dias pode comprometer a cicatrização, além de afetar rins, estômago e fígado.
4. Observe Reações Adversas
Náuseas, dor abdominal, tontura, sangramentos ou reações alérgicas devem ser comunicados ao médico imediatamente.
5. Combinar com Outros Cuidados
A medicação deve ser combinada com outras práticas que favorecem a recuperação, como alimentação leve, hidratação, repouso adequado e terapias complementares (como drenagem linfática, quando liberada).
Em alguns casos, analgésicos simples, compressas frias, técnicas naturais e controle alimentar anti-inflamatório (alimentos como cúrcuma, gengibre e ômega-3) podem ser opções seguras para controle da dor e do inchaço.
O uso de anti-inflamatórios no pós-operatório pode ser um aliado importante, desde que feito com responsabilidade e acompanhamento profissional. Mais do que aliviar sintomas, o objetivo é garantir uma recuperação segura, eficaz e sem intercorrências.